quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

A vida é repleta de começos e recomeços...

“Se na primeira vírgula você fechar o livro, terá vários começos, mas nunca uma história de verdade”.
A vida é cheia de pontos de partida e linhas de chegada, términos e começos. Nem sempre tão claros e lineares assim, mas presentes em vários momentos de nossas vidas.
Eu sou o tipo de pessoa que acredita em começo, meio e fim e que nossas vidas são feitas de muitos começos e recomeços. 
Se pensarmos em quantos amigos entraram e saíram de nossas vidas, quantos relacionamentos e namorados tivemos e a maneira com que eles apareceram e depois desapareceram de nossas vidas, começamos a compreender esse processo contínuo e ininterrupto um pouco melhor.
Na vida, onde tudo parece efêmero, aprendi que dramas sempre rondam aquilo que amamos: pessoas se vão, projetos dão errado... Tudo tem um fim. Talvez, saber que nada dura para sempre seja a melhor forma de amar as pessoas, coisas, lugares e momentos verdadeiramente. E, é talvez daí que vem o meu maior encantamento pela vida, por uma vida que merece ser mais que um trabalho pesado, merece ser mais leve, onde possamos ter a certeza de que cada fim também é um novo começo.
Observemos a natureza: ela nos dá lições gratuitas sobre recomeçar, pois, por mais colorida e bela que seja a Primavera, o Verão sempre pede passagem. E, mesmo que cobicemos deter os dias ensolarados, o Outono aproxima-se e, como que obedecendo a um chamado, depois de um espetacular show de cores, as folhas caem, transformando a paisagem, e aparece o Inverno, fazendo-se sentir com seus dias cinzentos e frios. Transcorre o tempo e outra vez o espetáculo colorido de flores e folhas anuncia que a Primavera está de volta...
E é assim que os ciclos se repetem e apresentam oportunidades de aprendizado para todos. Similar às estações, a nossa vida também tem ciclos. Mas nem sempre percebemos as lições que cada estação ensina, e nos desesperamos perante os dias cinzentos de nossa existência.
A Primavera é agradável, as flores tornam nossos dias melhores. No entanto, se as flores surgem na Primavera, é no Inverno que acumulam as horas de frio necessárias para fazê-las brotar.
E assim, nós também podemos utilizar os invernos existenciais para favorecer a floração das virtudes que embelezam a nossa vida e nos trazem alegria. Por vezes, nos sentimos como uma árvore desfolhada, sem flor, nem perfume... geralmente, esses são os dias difíceis, que mais desafiam as nossas capacidades e quebram a carapaça da nossa acomodação.
O sofrimento que nos açoita a alma é o estímulo que nos desperta para os valores essenciais e reais da vida. Assim, perante o flagelo do Inverno, pense nas lições da natureza. Observe as árvores desfolhadas, mas em pé, firmes e cheias de esperança. Suportam ventos, chuva, frio e falta de luz, mas conservam a seiva da vida e instintivamente esperam a volta da Primavera.  
Portanto, vale lembrar que, para algumas coisas nascerem, é necessário que outras morram. Para assumirmos alguns papéis em nossa vida, é necessário abandonar outros, ou pelo menos deixá-los guardados por algum tempo.  Talvez um dos grandes desafios dos novos começos seja justamente abrir mão do que já acostumamos ser e fazer, para aprendermos novas formas de vida, novos caminhos e possibilidades.
Estamos constantemente nos preparando para a vida, sem, contudo, vivê-la plenamente. Recomeçar não é fácil, mas é preciso!
“Grandes realizações não são impossíveis quando se dá importância aos pequenos começos”.

Ana Paula Della Giustina  -   30/04/2015

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