Um dia, inesperadamente, o amor bate à porta. E agora?
O que fazer para acreditar que é verdade?
O que fazer com a raiva da vida por ela ter me negado o amor?
O que fazer com toda a humilhação por ter mendigando migalhas de afeto?
O que fazer com todo esse ressentimento pelos maus tratos causados por
abissais desafinidades?
O que fazer com todas essas feridas abertas?
O que fazer com tanta rigidez que me defendia das desqualificações e que
me impede agora de me entregar?
O que fazer para ter coragem de me abrir?
O que fazer para enterrar aquele corpo vazio de carinho e cheio de
amargura?
O amor chega depois que todo o desejo de amar acabou. O amor é frágil,
não aguenta a ansiedade.
O amor entra depois que todas as resistências caem por terra. O amor é
frágil, não suporta condições impostas. O amor se mantém quando encontra
flexibilidade. O amor é frágil, não transpassa a rigidez.
O amor é possível depois que aceitamos e entregamos a própria
fragilidade. Esta é a maior força que existe, aquela que é trazida pela
fragilidade.
É preciso perder até a esperança, é preciso não ter nada, só um grande
vazio, porque é nele que o amor irá se instalar.
Aos ainda rígidos uma dica: sem fragilidade não tem amor.
É essencial conviver pacificamente com a fragilidade para que o amor se
aproxime. Se não fragiliza não é amor.”
*Texto extraído do livro “Somos mais interessantes do que imaginamos.” –
Arly Cravo
O Segredo
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