Quando se está com raiva existe a palavra, o grito, os argumentos e até
a vontade de ficar longe.
Quando se está feliz existe o abraço, o carinho, o aconchego e as risadas
compartilhadas.
Quando se está triste existem as lágrimas, o desabafo, a mão estendida
e o ombro que vai amparar o rosto.
Quando se está com saudade, não existe nada… não há presença, cheiro,
olhar, sorrisos, voz ou proximidade da pessoa que se quer ter perto.
Saudade é vazio preenchido de vontade, é sede que não sacia, é fome que
não acaba. Saudade é falta.
Saudade é estar só e ao mesmo tempo rodeada de uma presente ausência,
de pensamentos recorrentes, de desejos intermináveis.
Saudade é dormir sentindo, sonhar revivendo e acordar enquanto a
alegria continua adormecida.
Saudade não tem cor, mas pode ser cinza quando não há volta ou
iluminada como o sol, quando sabemos que estaremos perto de novo.
Saudade é contar o tempo e acreditar que ele está mais lento, é ter a
sensação constante de que toda a angústia acabará em alguns minutos, dentro de
um abraço.
Saudade é não saber e tentar imaginar onde está quem queremos.
Saudade é música que aperta o peito, riso que desperta o choro, passado
que queremos transformar em presente.
Saudade é nostalgia do que ainda não conseguimos esquecer… ou do que
não queremos esquecer.
Saudade é perfuro-cortante, afiada e fria como uma lâmina, mas que se
transforma em fogo quando terminada.
Saudade é ficar esperando o dia, a hora, o lugar e o momento de dizer
“eu senti saudade!”.
Saudade é olhar de longe e pensar o que fazer para acabar com a
distância.
Saudade é insana, não tem planejamento, discernimento ou auto-controle…
simplesmente revira e tira tudo do lugar.
Saudade é reconstituir por muitas, muitas, muitas vezes o último beijo
e o último sorriso.
Saudade é planejar os próximos abraços, toques, ficar agarradinho… é a
expectativa de encontrar de novo.
Liz Passos
http://www.ibahia.com/a/blogs/coisasdeliz/2011/07/29/saudade-e-assim/
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